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sábado, 1 de outubro de 2011

"Uma religião da Palavra de Deus, não do livro", diz biblista


“O cristianismo não é a religião do livro”, afirma Bento XVI na exortação apostólica pós-sinodal  Verbum Domini, publicada em 30 de setembro de 2010, dia de São Jerônimo. O que o Santo Padre quis dizer com uma frase tão forte e ao mesmo tempo tão desafiadora?

O biblista italiano que participou do Sínodo dos bispos sobre a Palavra de Deus em 2008, padre Giorgio Zevini, responde a este questionamento detalhando o que o Santo Padre considera a essência da relação entre Igreja e Sagrada Escritura.

“O cristianismo é a religião da Palavra de Deus, e não do livro, não de uma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivente. No início do cristianismo não existia uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá vida e horizonte e, com isto, a direção decisiva”, explicou.

“Ler além do que está escrito”

A difusão de uma doutrina fundamentalista que diz basear-se na Sagrada Escritura sempre preocupou a Igreja Católica. O Papa Bento XVI durante o discurso proferido aos luteranos, na sua ultima viagem apostólica internacional à Alemanha chegou a afirmar: “Trata-se de um cristianismo de escassa densidade institucional, com pouca bagagem racional, sendo ainda menor a bagagem dogmática, e também com pouca estabilidade”. (Discurso de Bento XVI aos membros da Igreja Evangélica Alemã, 23 de setembro de 2011). O biblista também fez referências ao que o Pontífice considera uma verdadeira hermenêutica da fé, ou seja, a interpretação da fé.
“O papa, falando da interpretação da Sagrada escritura insistiu muito sobre a exegese teológica, que valoriza não somente o sentido literal do texto, mas também o sentido espiritual, através do Espírito Santo, o verdadeiro exegeta das Sagradas Escrituras. È decisivo colher a passagem entre letra e espírito, sublinhando uma unidade interna de toda a Escritura, para uma correta hermenêutica da fé”, salientou.

Anunciar a Palavra: missão de todos

A missão da Igreja Católica é anunciar a Palavra de Deus. Não existe um “grupo restrito de anunciadores”, mas aquilo que é tarefa dos bispos, padres e diáconos é também tarefa de cada cristão. Padre Zevini fala como na terceira parte do documento chamado de Verbum Ecclesia, o Pontífice traz orientações precisas sobre a evangelização.

“A palavra de Deus envolve todos os cristãos: todos somos servos e anunciadores da Palavra. Não somos só destinatários da revelação divina, mas também portadores aos outros da Palavra de Salvação, já que esta é para todos. Naturalmente isto exige que nos deixemos envolver pessoalmente pela Palavra de Deus, conhecendo-a e fazendo-a germinar dentro de nós sob a direção do Espirito Santo”, disse.

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