Paróquia Nossa Senhora da Conceição - Areia/Diocese de Guarabira

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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Catequese do Papa: a luta de Jacó

Intervenção na audiência geral de hoje

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 25 de maio de 2011 (ZENIT.org) – Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral.
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Queridos irmãos e irmãs:
Hoje, eu gostaria de refletir convosco sobre um texto do Livro do Gênesis que narra um episódio um pouco especial da história do patriarca Jacó. É um fragmento de difícil interpretação, mas importante na nossa vida de fé e de oração: trata-se do relato da luta com Deus no vau de Jaboc, do qual ouvimos um pedaço.
Como recordareis, Jacó tinha tirado do seu irmão Esaú a primogenitura, em troca de um prato de lentilhas, e depois recebeu de maneira enganosa a bênção do seu pai Isaac, que nesse momento era muito idoso, aproveitando-se da sua cegueira. Fugindo da ira de Esaú, refugiou-se na casa de um parente, Labão; tinha se casado, havia enriquecido e voltava à sua terra natal, disposto a enfrentar o seu irmão, depois de ter tomado algumas prudentes medidas. Mas quando tudo está preparado para este encontro, depois de ter feito que os que estavam com ele atravessassem o vau que delimitava o território de Esaú, Jacó fica sozinho e é agredido por um desconhecido, com quem luta a noite inteira. Esta luta corpo a corpo – que encontramos no capítulo 32 do Livro do Gênesis – se converte para ele em uma singular experiência de Deus.
A noite é o momento favorável para agir escondido; é o tempo oportuno, portanto, para Jacó, de entrar no território do irmão sem ser visto e talvez com a ilusão de pegar Esaú de surpresa. No entanto, é ele quem é surpreendido por um ataque imprevisto, para o qual não estava preparado. Havia usado sua astúcia para tentar evitar uma situação perigosa, acreditava ter tudo sob controle e, no entanto, encontra-se agora tendo de enfrentar uma luta misteriosa que o surpreende em solidão e sem dar-lhe a oportunidade de organizar uma defesa adequada. Indefeso, à noite, o patriarca Jacó luta contra alguém. O texto não especifica a identidade do agressor; usa um termo hebraico que indica “um homem” de maneira genérica, “um, alguém”; trata-se de uma definição vaga, indeterminada, que quer manter o assaltante no mistério. Está escuro, Jacó não consegue distinguir seu adversário, e também para nós permanece o mistério; alguém enfrenta o patriarca e este é o único dado seguro que nos dá o narrador. Somente no final, quando a luta já terminou e esse “alguém” desapareceu, só então Jacó o nomeará e poderá dizer que lutou contra Deus.
O episódio se desenvolve na escuridão e é difícil perceber não só a identidade do assaltante de Jacó, senão também como se deu a luta. Lendo o texto, é difícil estabelecer qual dos dois adversários está ganhando; os verbos são usados frequentemente sem um sujeito explícito e as ações acontecem quase de forma contraditória; então, quando parece que um dos dois vai prevalecer, a ação seguinte desmente isso imediatamente e apresenta o outro como vencedor. No começo, de fato, Jacó parece ser o mais forte, e o adversário – diz o texto - “não podia vencê-lo” (v. 26); finalmente, atinge Jacó no fêmur, provocando-lhe um deslocamento. Poderíamos pensar que Jacó sucumbe; no entanto, é o outro que lhe pede que o deixe partir; mas o patriarca se nega, impondo uma condição: “não te largarei, se não me abençoares” (v. 27). Aquele que de maneira enganosa havia roubado do seu irmão a bênção do primogênito agora a quer de um desconhecido, de quem talvez começa a perceber as conotações divinas, sem poder reconhecê-lo verdadeiramente.
O rival, que parece estar retido e portanto, derrotado por Jacó, ao invés de ceder à petição do patriarca, pergunta seu nome: “Qual é o teu nome?”. O patriarca lhe responde: “Jacó” (v. 28). Aqui a luta dá um giro importante. Conhecer o nome de alguém implica em uma espécie de poder sobre a pessoa, porque o nome, na mentalidade bíblica, contém a realidade mais profunda do indivíduo, desvela o segredo e o destino. Conhecer o nome de alguém quer dizer conhecer a verdade sobre o outro e isso permite poder dominá-lo. Quanto, portanto, por petição do desconhecido, Jacó revela seu nome, está se colocando nas mãos do seu adversário, é uma forma de render-se, de entregar-se totalmente ao outro.
Mas, nesse gesto de rendição, Jacó também acaba sendo vencedor, paradoxalmente, porque recebe um nome novo, junto ao reconhecimento de vitória por parte do seu adversário, que lhe diz: “Doravante não te chamarás Jacó, mas Israel, porque lutaste com Deus e com homens, e venceste” (v. 29). “Jacó” era um nome que recordava a origem problemática do patriarca; em hebraico, de fato, recorda o termo “calcanhar” e remete o leitor ao momento do nascimento de Jacó, quando, saindo do ventre materno, agarra o calcanhar do seu irmão gêmeo (Gn 25, 26), quase pressagiando o dano que realiza ao seu irmão na idade adulta. Mas o nome de Jacó recorda também o verbo “enganar, suplantar”. E agora, na luta, o patriarca revela ao seu oponente, em um gesto de rendição e doação, sua própria realidade de quem engana, quem suplanta; mas o outro, que é Deus, transforma esta realidade negativa em positiva: Jacó, o defraudador, se converte em Israel; é-lhe dado um nome novo que lhe confere uma nova identidade. Mas também aqui o relato mantém sua duplicidade, porque o significado mais provável de Israel é “Deus forte, Deus vence”.
Portanto, Jacó prevaleceu, venceu – é o próprio adversário quem afirma isso -, mas sua nova identidade, recebida do próprio adversário, afirma e testemunha a vitória de Deus. E quando Jacó pergunta, por sua vez, o nome do seu oponente, este não quer dizer-lhe, mas o revela em um gesto inequívoco, dando-lhe sua bênção. Esta bênção que o patriarca havia lhe pedido no começo da luta lhe é concedida agora. E não é uma bênção obtida mediante engano, mas gratuitamente concedida por Deus, que Jacó pode receber porque está sozinho, sem proteção, sem astúcias nem enganos; entrega-se indefeso, aceita a rendição e confessa a verdade sobre si mesmo. Por isso, no final da luta, recebida a bênção, o patriarca pode finalmente reconhecer o outro, o Deus da bênção: “Vi Deus face a face e minha vida foi poupada” (v. 31); agora pode atravessar o vau, carregando um nome novo, mas “vencido” por Deus e marcado para sempre, mancando devido ao ferimento recebido.
As explicações que a exegese bíblica oferece com relação a este fragmento são muitas; em particular, os estudiosos reconhecem aqui tentativas e componentes literários de vários tipos, como também referências a algum conto popular. Mas quando estes elementos são assumidos pelos autores sagrados e englobados no relato bíblico, mudam de significado e o texto se abre a dimensões mais amplas. O episódio da luta no Jaboc se mostra ao crente como texto paradigmático no qual o povo de Israel fala da sua própria origem e delineia os traços de uma relação especial entre Deus e o homem. Por isso, como se afirma também no Catecismo da Igreja Católica, “atradição espiritual da Igreja divisou nesta narrativa o símbolo da oração como combate da fé e vitória da perseverança” (n. 2573). O texto bíblico nos fala da longa noite da busca de Deus, da luta para conhecer o nome e ver seu rosto; é a noite da oração que, com tenacidade e perseverança, pede a Deus a bênção e um nome novo, uma nova realidade, fruto da conversão e do perdão.
A noite de Jacó no vau de Jaboc se converte, assim, para o crente, em um ponto de referência para entender a relação com Deus que, na oração, encontra sua máxima expressão. A oração exige confiança, proximidade, quase um corpo a corpo simbólico, não com um Deus adversário e inimigo, mas com um Senhor que abençoa e que permanece sempre misterioso, que aparece como inalcançável.
Por isso,o autor sacro utiliza o símbolo da luta, que envolve força de ânimo, perseverança, tenacidade em alcançar o que se deseja. E se o objeto do desejo é a relação com Deus, sua bênção e seu amor, então a luta só pode culminar no dom de si mesmo a Deus, no reconhecimento da própria fraqueza, que vence quando consegue abandonar-se nas mãos misericordiosas de Deus.
Queridos irmãos e irmãs, toda a nossa vida é como esta longa noite de luta e de oração, de consumar no desejo e na petição de uma bênção de Deus que não pode ser arrancada ou conseguida somente com as nossas forças, mas que deve ser recebida com humildade d'Ele, como dom gratuito que permite, finalmente, reconhecer o rosto de Deus. E mais ainda: Jacó, que recebe um nome novo e se converte em Israel, também dá ao lugar um nome novo, onde lutou com Deus, rezou-lhe; nomeia-o Fanuel, que significa “rosto de Deus”. Com esse nome, ele reconhece que o lugar está cheio da presença do Senhor; santifica essa terra, dando-lhe o selo daquele misterioso encontro com Deus. Aquele que se deixa abençoar por Deus, abandona-se n'Ele, deixa-se transformar por Ele, torna o mundo abençoado. Que o Senhor nos ajude a combater a boa batalha da fé (cf. 1Tm 6,12; 2Tm 4,7) e a pedir, na nossa oração, a sua bênção, para que nos renove na espera de ver seu rosto.
Obrigado!
[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]
Queridos irmãos e irmãs:


Hoje gostaria de refletir sobre um texto do Livro de Gênesis: a luta noturna do Patriarca Jacó com Deus. Jacó havia usurpado a primogenitura do seu irmão Esaú e obtivera, por meio de engano, a bênção de seu pai Isaac indo depois refugiar-se junto do seu tio Labão. Ao voltar para a sua pátria improvisadamente é atacado, de noite, por um estranho. Ao cabo de uma fatigosa luta “corpo-a-corpo” com este personagem misterioso, que aos poucos vai revelando a sua natureza divina, Jacó, cujo nome derivava do verbo hebraico que significa “enganar, suplantar”, recebe um novo nome que lhe vem de Deus: passa a se chamar Israel, que significa “Deus é forte, Deus vence”. A Tradição espiritual da Igreja interpretou esse episódio como um símbolo da oração como combate da fé e da vitória da perseverança. Realmente, a oração exige confiança e intimidade, quase um corpo-a-corpo simbólico, não com um Deus adversário, mas com o Senhor que abençoa e que permanece misterioso. De fato, toda nossa vida é como esta longa noite de luta e de oração: para receber com humildade a bênção que nos transforma e que nos permite reconhecer a face de Deus.
Queridos peregrinos vindos de Portugal e do Brasil, nomeadamente da paróquia de Itú, agradeço a vossa presença e quanto a mesma significa de confissão de fé e amor a Deus. Procurai sempre na oração o auxílio do Senhor para combater a boa batalha da fé. De coração, a todos abençôo. Ide com Deus!

Catequese do Papa: a oração intercessora de Abraão

Intervenção na audiência geral de hoje

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 18 de maio de 2011 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral.
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Queridos irmãos e irmãs:
Nas duas últimas catequeses, refletimos sobre a oração como fenômeno universal, que - inclusive de diversas formas - está presente nas culturas de todas as épocas. Hoje, no entanto, eu gostaria de começar um percurso bíblico sobre este tema, que nos conduzirá a aprofundar no diálogo de aliança entre Deus e o homem, presente na história da salvação, até o seu cume, a Palavra definitiva que é Jesus Cristo. Este caminho nos fará deter-nos em alguns textos importantes e figuras paradigmáticas do Antigo e do Novo Testamentos. Será Abraão, o grande patriarca, pai de todos os crentes (cf. Rm 4,11-12.16-17), quem nos oferecerá o primeiro exemplo de oração, no episódio de intercessão pela cidade de Sodoma e Gomorra. E eu gostaria de vos convidar a aproveitar este percurso que faremos nas próximas catequeses para aprender a conhecer melhor a Bíblia, que espero que tenhais em vossas casas; e, durante a semana, podeis lê-la e meditá-la na oração, para conhecer a maravilhosa história da relação entre Deus e o homem, entre o Deus que se comunica conosco e o homem que responde, que reza.
O primeiro texto sobre o qual refletiremos se encontra no capítulo 18 do livro do Gênesis; conta-se que a maldade dos habitantes de Sodoma e Gomorra estava chegando ao seu limite, tanto que se fez necessária uma intervenção de Deus para realizar um grande ato de justiça e frear o mal, destruindo aquelas cidades. Aqui intervém Abraão, com sua oração de intercessão. Deus decide revelar-lhe o que vai lhe acontecer e lhe faz conhecer a gravidade do mal e suas terríveis consequências, porque Abraão é seu escolhido, escolhido para construir um grande povo e fazer que o mundo inteiro alcance a bênção divina. A sua é uma missão de salvação, que deve responder ao pecado que invadiu a realidade do homem; através dele, o Senhor quer levar a humanidade à fé, à obediência, à justiça. E então, este amigo de Deus se abre à realidade e às necessidades do mundo, reza pelos que estão a ponto de ser castigados e pede que sejam salvos.
Abraão enfrenta, logo depois, o problema em toda a sua gravidade e diz ao Senhor: "Vais realmente exterminar o justo com o ímpio? Se houvesse cinquenta justos na cidade, acaso os exterminarias? Não perdoarias o lugar por causa dos cinquenta justos que ali vivem? Longe de ti proceder assim, fazendo morrer o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio! Longe de ti! O juiz de toda a terra não faria justiça?" (vv. 23-25). Com estas palavras, com grande coragem, Abraão apresenta a Deus a necessidade de evitar a justiça sumária: se a cidade é culpada, é justo condenar e infligir a pena, mas - afirma o grande patriarca - seria injusto castigar de modo indiscriminado todos os habitantes. Se na cidade há inocentes, estes não podem ser tratados como culpados. Deus, que é um juiz justo, não pode agir assim, diz Abraão, justamente, a Deus.
Ao lermos mais atentamente o texto, percebemos que a petição de Abraão é ainda mais séria e profunda, porque não se limita a pedir a salvação para os inocentes. Abraão pede o perdão para toda a cidade e o faz apelando à justiça de Deus. Ele diz, de fato, ao Senhor: "Não perdoarias o lugar por causa dos cinquenta justos que ali vivem?" (v. 24b). Dessa maneira, coloca em jogo uma nova ideia de justiça: não a que se limita a castigar os culpados, como os homens fazem, mas uma justiça diferente, que busca o bem e o cria através do perdão que transforma o pecador, converte-o e o salva. Com a sua oração, portanto, Abraão não invoca uma justiça meramente retributiva, mas uma intervenção de salvação que, levando em conta os inocentes, liberta da culpa também os ímpios, perdoando-os. O pensamento de Abraão, que parece quase paradoxal, poderia se resumir assim: obviamente, não se pode tratar os inocentes como os culpados, isso seria injusto; é necessário, no entanto, tratar os culpados como os inocentes, realizando um ato de justiça "superior", oferecendo-lhes uma possibilidade de salvação, porque, se os malfeitores aceitam o perdão de Deus e confessam sua culpa, deixando-se salvar, não continuarão fazendo o mal; eles se converterão também em justos, sem necessitar jamais ser castigados.
É esta a petição de justiça que Abraão expressa em sua intercessão, uma petição que se baseia na certeza de que o Senhor é misericordioso. Abraão não pede a Deus uma coisa contrária à sua essência; ele bate à porta do coração de Deus conhecendo sua verdadeira vontade. Já que Sodoma é uma grande cidade, cinquenta justos parecem pouca coisa, mas a justiça de Deus e seu perdão não são talvez a manifestação da força do bem, ainda que este pareça menor e mais fraco que o mal? A destruição de Sodoma deveria frear o mal presente na cidade, mas Abraão sabe que Deus tem outras maneiras e meios para frear a difusão do mal. É o perdão que interrompe a espiral do pecado e Abraão, em seu diálogo com Deus, apela exatamente a isso. E quando o Senhor aceita perdoar a cidade se encontrar nela cinquenta justos, sua oração de intercessão começa a descer aos abismos da misericórdia divina. Abraão - como recordamos - diminui progressivamente o número dos inocentes necessários para a salvação; se não forem cinquenta, poderiam ser quarenta e cinco, e assim por diante, até chegar a dez, continuando com a sua súplica, que se torna audaz na insistência: "E se forem só quarenta... trinta... vinte... dez?" (cf. v. 29. 30. 31. 32). E, quanto menor é o número, maior se revela e se manifesta a misericórdia de Deus, que escuta com paciência a oração, acolhe-a e repete depois de cada súplica: "Perdoarei... Não a destruirei... Não o farei" (cf. v. 26. 28. 29. 30. 31. 32).
Assim, pela intercessão de Abraão, Sodoma poderá ser salva, se nela se encontrarem apenas dez inocentes. Este é o poder da oração. Porque, através da intercessão, da oração a Deus pela salvação dos outros, se manifesta e se expressa o desejo de salvação que Deus tem sempre com relação ao pecador. O mal, de fato, não pode ser aceito, deve ser apontado e destruído através do castigo: a destruição de Sodoma tinha esta intenção. Mas o Senhor não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva (cf. Ez 18,23; 33,11); seu desejo é perdoar sempre, salvar, dar a vida, transformar o mal em bem. E este é o desejo divino que, na oração, se torna também desejo do homem e se expressa por meio das palavras de intercessão. Com sua súplica, Abraão está emprestando sua voz, mas também seu coração à vontade divina: o desejo de Deus é misericórdia, amor e vontade de salvação, e este desejo de Deus encontrou em Abraão e na sua oração a possibilidade de manifestar-se de maneira concreta na história dos homens, para estar presente onde há necessidade de graça. Com a voz da sua oração, Abraão está dando voz ao desejo de Deus, que não é o de destruir, mas o de salvar Sodoma, dar vida ao pecador convertido.
Isso é o que o Senhor quer, e seu diálogo com Abraão é uma prolongada e inequívoca manifestação do seu amor misericordioso. A necessidade de encontrar homens justos na cidade se converte cada vez mais em menos exigente e, no final, bastam dez para salvar a totalidade da população. Por que motivo Abraão se deteve em dez, o texto não diz. Talvez seja um número que indica um núcleo comunitário mínimo (ainda hoje, dez pessoas constituem o quorum necessário para a oração hebraica). De qualquer forma, trata-se de um número exíguo, uma pequena parcela do bem para salvar um grande mal. Mas nem sequer dez justos se encontravam em Sodoma e Gomorra e as cidades foram destruídas - uma destruição paradoxalmente necessária para a oração de intercessão de Abraão. Porque precisamente essa oração revelou a vontade salvífica de Deus: o Senhor estava disposto a perdoar, desejava fazê-lo, mas as cidades estavam fechadas em um mal total e paralisante, sem ter nem ao menos alguns poucos inocentes a partir dos quais começar a transformar o mal em bem.
Porque é este o caminho de salvação que também Abraão pedia: ser salvos não quer dizer simplesmente escapar do castigo, mas ser libertados do mal que nos habita. Não é o castigo que deve ser eliminado, mas o pecado, essa rejeição de Deus e do amor que leva em si o castigo. Dirá o profeta Jeremias ao povo rebelde: "Teu crime te castigue, tua infidelidade sirva para tua correção! Reconhece e vê como é ruim e amargo teres abandonado o Senhor, teu Deus" (Jer 2,19). É dessa tristeza e amargura que Deus quer salvar o homem, libertando-o do pecado. Mas é necessária uma transformação a partir do interior, uma gota de bem, um começo do qual partir para transformar o mal em bem, o ódio em amor, a vingança em perdão. Por isso, os justos tinham que estar dentro da cidade e Abraão continuamente repete: "Talvez lá haja...", "lá": é dentro da realidade doente que deve estar esse gérmen de bem que pode curar e devolver a vida. É uma palavra dirigida também a nós: que em nossas cidades haja um gérmen de bem; que façamos o necessário para que não sejam apenas dez justos, para conseguir realmente fazer que nossas cidades vivam e sobrevivam, para salvá-las dessa amargura interior que é a ausência de Deus. E, na realidade doente de Sodoma e Gomorra, aquele gérmen de bem não estava presente.
Mas a misericórdia de Deus na história do seu povo se amplia mais tarde. Se para salvar Sodoma eram necessários dez justos, o profeta Jeremias dirá, em nome do Onipotente, que basta somente um justo para salvar Jerusalém: "Percorrei as ruas de Jerusalém, olhai, descobri, procurai também nas praças, se há alguém que pratique o direito, alguém que busque a sinceridade, para que, então, eu perdoe a cidade" (Jer 5,1). O número diminuiu mais ainda, a bondade de Deus se mostra ainda maior. E nem sequer isso basta, a sobreabundante misericórdia de Deus não encontra a resposta do bem que busca e Jerusalém cai sob o assédio dos inimigos. Será necessário que Deus se converta nesse justo. E este é o mistério da Encarnação: para garantir um justo, Ele mesmo se faz homem. O justo estará sempre presente, porque é Ele: é necessário que o próprio Deus se converta nesse justo. O infinito e surpreendente amor divino é manifestado em sua plenitude quando o Filho de Deus se faz Homem, o Justo definitivo, o perfeito Inocente, que levará a salvação ao mundo inteiro morrendo na cruz, perdoando e intercedendo por aqueles que "não sabem o que fazem" (Lc 23,34). Então, a oração de todo homem encontrará resposta; então, todas as nossas intercessões serão plenamente escutadas.
Queridos irmãos e irmãs, a súplica de Abraão, nosso pai na fé, nos ensina a abrir cada vez mais o coração à misericórdia sobreabundante de Deus, para que, na oração cotidiana, saibamos desejar a salvação da humanidade e pedi-la com perseverança e confiança ao Senhor, que é grande no amor.
Obrigado!
[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]
Queridos irmãos e irmãs:
Figura paradigmática do homem em oração é Abraão, que intercede junto de Deus pela salvação das cidades de Sodoma e Gomorra. Não pede apenas uma justiça retributiva, mas uma intervenção salvadora de Deus que, tendo em conta os inocentes, livre da culpa os ímpios. Tratar os inocentes como os culpados seria injusto, obviamente; o que Abraão pede é que os culpados sejam tratados como os inocentes, realizando Deus uma justiça «superior», isto é, oferecendo-lhes uma possibilidade de salvação, porque se eles aceitarem o perdão de Deus e confessarem a culpa deixando-se salvar, cessarão de fazer o mal e tornar-se-ão também eles justos, que já não necessitam de punição. É certo que a destruição da cidade punha fim ao mal que nela havia, mas Abraão sabe que Deus tem outros modos e outros meios para deter a difusão do mal: é o perdão. Este interrompe a espiral do pecado. É isto mesmo que Abraão pede no seu diálogo com Deus.
Uma saudação amiga para os fiéis da paróquia da Covilhã e da diocese de Maringá, para os Irmãos Maristas da província Brasil Centro-Sul e demais peregrinos de língua portuguesa! Convido-vos a aproveitar o percurso que faremos nas próximas catequeses para conhecer melhor a Bíblia, que tendes - penso eu - em casa. Durante a semana, parai um pouco a lê-la e meditá-la na oração para aprenderdes a história maravilhosa da relação entre Deus e o homem: Deus que Se comunica a nós, e nós que Lhe respondemos rezando. Sereis assim uma bênção no meio dos vossos irmãos, como foi Abraão. A Virgem Mãe vos guie e proteja!
[Tradução: Aline Banchieri.

Irmã Dulce, uma santa nordestina

Quando se fala de santos, a tendência das pessoas é pensar naqueles que estão nos altares representados pelas imagens, ou que se encontram no céu, ou ainda num passado muito distante. De fato, inúmeros santos viveram há séculos ou há quase dois mil anos, porém, muitos outros viveram em nosso tempo. Antes de serem imagens sacras ou de chegarem ao céu, foram pessoas que viveram na terra em meio aos desafios e alegrias da vida cotidiana, como nós. Assim aconteceu com a baiana Irmã Dulce, que foi beatificada em Salvador, sua terra natal, no dia 22 de maio. Sua beatificação é relevante para todo o Brasil, porém, enaltece especialmente a Bahia e todo o nosso querido Nordeste. Sua figura e atuação vão muito além da Igreja Católica, sendo muito querida e admirada também por gente de outras denominações religiosas. Para a sua beatificação foi importante o reconhecimento de um milagre por intermédio de sua intercessão, a recuperação de uma mulher sergipana que havia sido desenganada por médicos após sofrer hemorragia durante o parto. Contudo, a sua beatificação é, acima de tudo, o reconhecimento de uma vida santa que serve de exemplo para todos nós.
Falecida em 1992, já com fama de santidade, a Irmã Dulce, conhecida como o “Anjo bom da Bahia”, chamava-se Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. Ao tornar-se religiosa na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, passou a ser chamada Irmã Dulce. Quando enferma, teve a graça de ser visitada pelo beato Papa João Paulo II, em 1991.

Ela nos deixou grandes lições de vida como a humildade, a caridade, o serviço, a solidariedade e a partilha, motivada pela fé em Cristo e animada por uma vida intensa de oração. Consagrou-se a Deus servindo aos que sofrem e testemunhando o valor da vida dos que não têm a própria dignidade e direitos reconhecidos. Dedicou-se, com admirável caridade, ao serviço dos pobres, dos desamparados e dos doentes, reconhecendo neles o rosto sofredor de Jesus Cristo. Confiando na Divina Providência e contando com a solidariedade das pessoas, fundou diversas obras sociais e estabelecimentos, dentre os quais se destaca o renomado Hospital Santo Antonio, em Salvador, em cuja capela encontra-se sepultada. Louvamos a Deus pela nova beata declarada pela Igreja, Irmã Dulce, assim como, por tantas mulheres e homens que se dedicam generosamente ao serviço da caridade em nossas famílias, hospitais, casas de acolhida e comunidades. “Beato”, isto é, “feliz” quem vive o mandamento do amor que Jesus nos deixou, como fez Irmã Dulce.

Saiba mais sobre a Beatificação de Irmã Dulce

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Lançada a Programação da Novena de Pentecostes em Areia


A Novena de Pentecostes terá seu início no dia 02/06 e encerrará com a Vigília no dia 11/06 veja a programação:

·         Quinta-feira(02/06) – Praça do Trabalho
·         Sexta-feira(03/06) – Praça do Bairro Frei Damião(Rua da Baixinha)
·         Sábado(04/06) – Santa Missa na Matriz
·         Domingo(05/06) – Santa Missa na Matriz
·         Segunda-feira(06/06) – Conjunto Mutirão
·         Terça-feira(07/06) – Praça da Febemaa
·         Quarta-feira(08/06) – Praça Solon de Lucena(Entrada da Rua São José)
·         Quinta-feira(09/06) – Rua Santa Rita(Em frente ao Padre Ibiapina)
·         Sexta-feira(10/06) – Praça Central
·         Sábado(11/06) – Vigília de Pentecostes(Local a definir)

Lembramos que o horário da Novena é a partir das 19:00hrs e que será montada toda uma estrutura para que a mesma possa ser realizada da melhor forma possível. Uma estrutura com iluminação e sonorização, já que vai ser celebrada nas ruas. Uma outra coisa é se, ocorrer o imprevisto de chover a Novena será celebrada na Capela da Comunidade ou Bairro que foi selecionado para aquele dia.
A Paróquia de Areia junto com toda a RCC está convidando não só os Bairros, Grupos, Movimentos e Pastorais de nossa cidade, como também as Comunidades Rurais a celebrarem essa Novena da qual será disponibilizada para todos, para que possamos viver essa comunhão.

Caminho, Verdade e Vida

Três palavras envolventes, relacionadas à realidade de cada pessoa humana, que marcam o perfil de sua identidade e de seu ser. A prática de cada uma delas depende da forma da ação humana a partir da liberdade e da capacidade de atuação.

A Sagrada Escritura dá a Jesus Cristo e à Sua missão como Filho de Deus o qualificado de Caminho, Verdade e Vida. De “Caminho” quando Ele mesmo diz: “Segue-me...”. De “Verdade” tendo como base a Sua coerência nas ações. E de “Vida” quando na cruz venceu a morte ressuscitando.
Na origem de tudo está o exercício responsável de nossas ações. Isso tanto na vida profissional como no empenho pela transformação da sociedade, na humanização, no mundo da cultura, entre outros. Toda pessoa deve agir de forma coerente na construção de uma realidade nova.

Podemos aqui falar da dimensão de pastor e ovelha, de assentimento mútuo, englobando Caminho, Verdade e Vida. É uma porta de entrada no ambiente saudável, sem corrupção, sem inverdades e de respeito incondicional à vida, seja de pastor e de ovelha.
Temos modos de proceder que implicam moralidade e responsabilidade nos seus frutos. O que deve estar em jogo é o valor da vida e da verdade como o fez Jesus na prática de construção do Reino de Deus. Isso supõe amor e fidelidade até o fim.

O nosso modo de agir cristão deve ter um selo de garantia, de atuação do Espírito de Deus em Jesus Cristo como Caminho, Verdade e Vida. Não podemos trair a nossa fé, jogando por terra as habilidades que recebemos como virtudes e dons para o bem comum.
As atitudes desumanas desabonam o nosso caminho e nos deixam fragilizados para produzir os frutos que contribuem com a vida como Dom de Deus. Assim sendo, deixamos de ver “além de nossos horizontes”, e a vida perde o seu real sentido.

Ser cristão não é apenas proclamar um credo de voz alta ou de pertencer a alguma instituição, mesmo religiosa, mas colocar na própria vida as riquezas do Deus-Amor, que significa trilhar os caminhos, a exemplo de Jesus Cristo.

Vocações: sinal da vitalidade da Igreja

Como é belo quando se percebe, nas nossas comunidades, a estima e o carinho que se tem em relação aos seus padres. São tantas as comunidades que manifestam a vontade de ter um padre mais perto e de se tornar paróquias para poder contar com a presença do sacerdote.
Jesus, antes de escolher e chamar Seus apóstolos do meio dos discípulos, retirou-se em oração para escutar a vontade do Pai (cf. Lc 6,12). Por isso, assim como Cristo rezou, também nós somos convidados a orar para que o Senhor da Messe suscite mais jovens generosos para aceitar o chamado de Deus. O dever de fomentar as vocações pertence a toda a comunidade cristã, que as deve promover, sobretudo, mediante uma vida plenamente cristã.
Em nossas igrejas, devemos constantemente fazer preces e súplicas pelas vocações sacerdotais e religiosas. O Santo Padre Bento XVI nos diz: "Os homens sempre terão necessidade de Deus – mesmo em época do predomínio da técnica no mundo e da globalização – do Deus que se mostrou a nós em Jesus Cristo e nos reúne na Igreja, para aprendermos, com Ele, a verdadeira vida, e manter presentes e tornar eficazes os critérios da verdadeira humanidade".
O Sumo Pontífice também orienta: "Especialmente neste tempo, em que a voz do Senhor parece sufocada por outras vozes e a proposta de seguir oferecendo a própria vida pode parecer demasiado difícil, cada comunidade cristã, cada fiel deveria assumir, conscientemente, o compromisso de promover as vocações. É importante encorajar e apoiar aqueles que mostram claros sinais de vocação à vida sacerdotal e à consagração religiosa, de modo que sintam o entusiasmo da comunidade inteira quando dizem o seu 'sim' a Deus e à Igreja". 
A história de toda vocação está interligada, quase sempre, com o testemunho de um sacerdote que vive com alegria a doação de si mesmo aos irmãos pelo Reino dos Céus. Isso porque a proximidade e a palavra de um padre são capazes de fazer despertar interrogações e de conduzir realmente a decisões definitivas. Assim podemos afirmar que as vocações sacerdotais nascem do contato com os sacerdotes, quase como uma herança preciosa comunicada com a palavra, o exemplo e toda a existência.
Para promover as vocações específicas ao ministério sacerdotal e a vida consagrada, para tornar mais forte e eficaz o anúncio vocacional, é indispensável o exemplo daqueles que já disseram o próprio “sim” a  Deus ao projeto de vida que Ele tem para cada um. Que o Dia Mundial das Vocações possa ser, mais uma vez, uma preciosa ocasião a muitos jovens para refletir sobre a própria vocação, respondendo com simplicidade, confiança e plena disponibilidade. A Virgem Maria, Mãe da Igreja, guarde cada pequena semente de vocação no coração daqueles que o Senhor chama a segui-Lo mais de perto.

Paróquia de Areia celebrará Novena e Vigília de Pentecostes

Proposta da missão prevê que duplas visitem casas para levar o nome de Jesus e falar sobre batismo no Espírito Santo
Este ano, a Renovação Carismática Católica do Brasil vive a moção “Por causa da Tua Palavra, lançaremos as redes”. A passagem de Lucas 5,5 direciona nosso povo a sair em missão e levar a Palavra de Deus a todos os cantos.
Não podemos ficar parados, estagnados em nossos Grupos de Oração e comunidades. Jesus pede que façamos mais, pede para irmos além. Ele quer que deixemos para trás as paredes das Igrejas e nos coloquemos em marcha para resgatar os irmãos para Seu coração. 
É com este apelo que este ano a Paróquia de Areia através dos Grupos da RCC estará realizando a Novena de Pentecostes nos bairros de nossa cidade e também na Zona Rural. Serão dias intensos de clamor ao Espírito Santo que terá início no próximo dia 02/06 e se estenderá até o dia 11/06 encerrando com a Vigília de Pentecostes.
Somos convidados a viver a festa de Pentecostes também em missão. A proposta, lançada ainda no Encontro Nacional de Formação 2011, foi preparada pela Comissão de Formação da RCCBRASIL, que organizou um material de apoio para que preparemos a missão dentro de nossos Grupos e paróquias. Este material já está disponível para download em nosso portal(www.rccbrasil.org.br). É um subsídio gratuito que vai ajudar na organização e formação para as duplas que sairão em missão pelas casas de várias partes do país.
Mobilize seu Grupo de Oração! Participe conosco deste tempo de missão e desta festa tão importante para a RCC e para a nossa Igreja, já que Pentecostes celebra uma das maiores graças vividas pelo nosso Movimento, o batismo no Espírito Santo. Quanto mais lares visitarmos, mais pessoas terão oportunidade de conhecer a Cultura de Pentecostes, semeada por nós!

Se seu GO já está realizando a missão envie seu testemunho para nós pelo dpto.comunicacao@rccbrasil.org.br

Clique aqui para baixar os dois arquivos do material de apoio:

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Mês de Maria nos impulsiona a retomar práticas espirituais

Maria, mãe de Jesus, é o melhor exemplo que nós, católicos, temos como incentivo para rezar e nos aproximarmos de Deus. Com seu jeito doce e singelo, Maria nunca deixava de recorrer ao Senhor seja qual fosse a situação. Ela pedia que ele sempre estivesse à frente de sua vida e suas atitudes. E como ela fazia isso? Através de ações que hoje chamamos de práticas espirituais.
Dentre estas práticas propostas pela Igreja, temos a oração, a leitura orante da Bíblia, adoração, rosário, jejum e o sacramento da confissão. Com certeza, Maria orava a todo tempo, meditava a Palavra de Deus e as palavras de seu filho. Também podemos ter certeza de que Maria jejuava e adorava a Jesus, mesmo quando ainda estava em seu ventre.
Vamos fazer de Maria nosso modelo de santidade. Nesse mês de maio, período em que a Igreja celebra a mãe de Jesus, vamos pedir a ela, que era uma verdadeira amiga de Deus, nos motive a voltar a rezar e a retomar tais práticas. Peçamos sua intercessão junto a Cristo para que permaneçamos firmes em nossa caminhada espiritual.
Nesta temporada do Projeto Amigos de Deus, iniciada já no mês de abril, somos chamados a viver de maneira mais intensa a adoração ao Santíssimo Sacramento e a confissão. Clicando aqui você terá acesso a um material que explica passo a passo como realizar o projeto em nossa vida ou em nosso Grupo de Oração, em comunhão com os outros servos.
Ainda dá tempo de iniciar sua retomada às práticas espirituais. Muitas vezes, passada a empolgação de início de caminhada dentro da Renovação Carismática, vamos abandonando estas ações que são base fundamental de nossa vida espiritual.

Dúvidas podem ser encaminhadas para o email rccpr@rccpr.com.br

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Bento XVI destaca importância da direção espiritual

Para “todo cristão que quer viver com responsabilidade o próprio Batismo”

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 19 de maio de 2011 (ZENIT.org) – O Papa Bento XVI quis destacar a importância para os fiéis de ter uma direção espiritual, ao receber hoje, em audiência, a comunidade da Faculdade Pontifícia teológica Teresianum de Roma, no 75º aniversário de sua fundação.
Desde sempre, indicou, a Igreja recomenda a prática da direção espiritual, “não só aos que desejem seguir Cristo de perto, mas a todo cristão que quer viver com responsabilidade o próprio Batismo, isto é, a vida nova em Cristo”.
“Todos, de fato, e de modo particular os que acolheram o chamado divino para segui-lo mais de perto, precisam estar acompanhados de uma guia segura na doutrina e especialista nas coisas de Deus”, que “pode ajudar a defender-se de subjetivismos fáceis, colocando à disposição seus conhecimentos e experiências no seguimento de Jesus”.
“Trata-se de instaurar a mesma relação pessoal que o Senhor tinha com seus discípulos, o laço especial com que Ele os conduziu, no seu seguimento, para abraçar a vontade do Pai, para abraçar a cruz”, comentou o Pontífice.
“Também vós, queridos amigos, na medida em que sejais chamados a este dever insubstituível, fazei um tesouro de tudo o que aprendestes durante estes anos de estudo, para acompanhar todos os que a Providência vos confiar, ajudando-os no discernimento dos espíritos e na capacidade de seguir os impulsos do Espírito Santo, com o objetivo de conduzi-los à plenitude da graça até alcançar a medida da plenitude de Cristo”, disse aos seus convidados.

“Teresianum”

O Papa recordou a ereção, em 16 de julho de 1935, memória litúrgica da Beata Virgem Maria do Monte Carmelo, da Faculdade Teológica do então Colégio Internacional da Ordem dos Carmelitas Descalços.
“Desde o começo, esta se orientou ao aprofundamento da teologia espiritual no quadro da questão antropológica”, que, no transcurso dos anos, constituiu depois o Instituto de Espiritualidade, que, junto à Faculdade Teológica, compõe o grupo acadêmico que está sob o nome de Teresianum.
“Fazer parte de tal comunidade acadêmica constitui uma peculiar experiência eclesial, fortalecida pela riqueza de uma grande família como a Ordem dos carmelitas Descalços”, afirmou.
Neste sentido, aludiu ao “amplo movimento de renovação originado na Igreja pelo testemunho de santos como Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz”, que “suscitou este ressurgir dos ideais e fervores da vida contemplativa que no século XVI inflamou, por assim dizer, a Europa e o mundo inteiro”.
Seguindo os passos desse carisma, coloca-se também o trabalho de aprofundamento teológico e antropológico “e o trabalho de penetrar no mistério de Cristo, com a inteligência do coração que está junto a um conhecer e a um amar” por parte dos estudantes, observou.
“Isso exige que Jesus esteja no centro de tudo, dos vossos afetos e pensamentos, do vosso tempo de oração, de estudo e de ação, de todo o vosso viver. Ele é a Palavra, o ‘livro vivente’, como foi para Santa Teresa de Ávila.”
“O amor do redentor – concluiu – merece toda a atenção do coração e da mente, e pode ativar em vós o admirável círculo em que o amor e o conhecimento se alimentam reciprocamente.”

Irmã Dulce será beatificada neste domingo

Religiosa brasileira falecida era conhecida como “anjo bom”

SALVADOR, quinta-feira, 19 de maio de 2011 (ZENIT.org) – Ela foi postulada ao prêmio Nobel da Paz em 1988 pelo governo brasileiro. Recebeu visitas de João Paulo II em 1980 e 1991, um ano antes da sua morte. A Irmã Dulce Lopes Pontes será beatificada neste domingo, em Salvador da Bahia, em uma cerimônia celebrada pelo seu arcebispo emérito, cardeal Geraldo Majella Agnelo, em representação do Papa Bento XVI.
“Cada santo é um exemplo de Cristo – disse o purpurado, ao ficar sabendo de sua beatificação -, como no caso da Irmã Dulce, que se dedicou diariamente, ao longo de sua vida, aos pobres e sofredores.”
Pelo seu trabalho incansável com os pobres, mendigos e desamparados, o jornal O Estado de São Paulo a nomeou a mulher mais admirada da história do Brasil.

Sensibilidade frente aos mais necessitados

Seu nome era Maria Rita e ela nasceu em 1914. Tinha 6 anos quando sua mãe morreu, e suas tias se encarregaram da sua criação. Aos 13 anos, uma delas a levou para conhecer as regiões mais pobres da sua cidade, fato de despertou nela uma grande sensibilidade. Assim, aos 18 anos, começou a fazer parte da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, onde começou a chamar-se Irmã Dulce.
Uma das inspirações para o discernimento da sua vocação foi a vida de Santa Teresa do Menino Jesus: “Acho que sou como o pequeno amor do meu pequeno coração, que, por mais que tenha, é pouco para um Deus tão grande”, escrevia a Irmã Dulce quando entrou no convento.
“A exemplo de Santa Teresinha, acho que devem ser agradáveis ao Menino Jesus todos os atos pequenos de amor, por menores que sejam”, disse aquela vez.

Amor feito obras

Seus pequenos atos de amor se traduziram em grandes obras sociais: a Irmã Dulce fundou a União Operária de São Francisco, um movimento cristão de operários na Bahia.
Mais tarde, começou a refugiar pessoas doentes em casas abandonadas em uma ilha de Salvador. Depois foram desalojados e ela transladou esse lugar de refúgio a um antigo mercado de peixes, mas a prefeitura a obrigou a deixar esse lugar.
O único lugar onde ela podia receber mais de 70 pessoas que precisavam de assistência médica era o galinheiro do convento onde vivia. Este se converteu rapidamente em um hospital improvisado.
Assim começou a história de outra de suas fundações, o hospital Santo Antônio, que foi inaugurado oficialmente em maio de 1959, com 150 camas. Atualmente, recebe 3 mil pacientes por dia.
Hoje, suas fundações são conhecidas com o nome de Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). A instituição funciona como uma entidade privada de caridade sob as leis brasileiras, acreditadas pelo Estado federal e registradas pelo Conselho Nacional do Bem-Estar e o Ministério da Educação.
Dentro dessas obras também se encontra o Centro Educacional Santo Antônio, situado na região de Simões Filho (BA).
Em seus últimos 30 anos de vida, a saúde da Irmã Dulce estava muito debilitada. Tinha somente 30% da capacidade respiratória. Em 1990, começou a piorar e durante 16 meses permaneceu hospitalizada. Lá recebeu a visita do hoje Beato João Paulo II, com quem havia tido uma audiência privada dez anos antes.
Depois, foi transladada ao convento de Santo Antônio, onde morreu em 13 de março de 1992. Milhares de homens e mulheres em condições de extrema pobreza se reuniram para dar-lhe o último adeus, diante dos seus restos mortais.
No ano passado, seu corpo foi transladado à Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, onde se descobriu que havia permanecido incorrupto de maneira natural.
O milagre para a sua beatificação ocorreu em 2001, quando Cláudia Cristiane Santos, hoje com 42 anos, sobreviveu a uma hemorragia incontrolável logo após dar à luz. O sangramento não cessava, apesar das três cirurgias que lhe foram feitas. Os médicos haviam perdido toda esperança de que sobrevivesse e, quando seus pais pediram a intercessão da Irmã Dulce, em uma corrente de oração liderada pelo Pe. José Almí de Menezes, a hemorragia parou imediatamente.
Este fato foi a confirmação de uma vida virtuosa, centrada na oração e na caridade a partir das pequenas coisas, que neste domingo chega aos altares.
“O amor supera todos os obstáculos, todos os sacrifícios”, dizia a Irmã Dulce.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Encerra-se a Semana da Juventude em toda a Diocese de Guarabira


A Semana da Juventude que tem como proposta buscar evangelizar os jovens de nossa sociedade utilizando todos os meios possíveis que nos são propostos encerra-se hoje com a Jornada Diocesana da Juventude em Guarabira. A juventude que é uma das prioridades de nossa Diocese foi atingida pela mensagem divina vinda de todos os lados. Com uma programação recheada nas diversas Paróquias da nossa Diocese, vários jovens foram evangelizados e sentiram-se chamados a seguir Jesus Cristo.
A programação oferecida por cada Paróquia foi diversificada com vários atrativos, como:
Missas, adorações, vigílias, louvores, luais, celebrações penitenciais, celebração da luz (lucernário), cinema na praça, palestras e visitas aos colégios, testemunhos, show de calouros religioso, passeios ecológico e ciclístico, shows em praça pública, arrastões com trio elétrico, passeatas, enfim foram utilizados diversos meios para buscar evangelizar a juventude e podemos celebrar com alegria porque o coração de muitos foi atingido.
Durante esta semana os grupos, movimentos, pastorais e serviços das Paróquias que trabalham com o público jovem se empenharam para atingir a vida de outros jovens, obedecendo ao mandato do Papa Bento XVI quando diz: “Jovens evangelizem outros jovens”. Foi buscado se falar a linguagem do jovem  para que assim ele pudesse se sentir atraído por Jesus e a Ele abrir o coração, e assim fazer o que disse também o Papa Bento XVI falando aos jovens “Quem se abrir a Jesus não perde  nada, porque Ele não arranca nada de nós, mas pelo contrário só ganha”.
Esta Semana da Juventude que agora faz parte do calendário diocesano ficará marcada por ter sido a primeira em nível de Diocese e por ter tido a participação efetiva de cada Paróquia, e encerra-se com uma grande expectativa para os próximos anos, fazendo com que novos frutos brotem na Igreja.
Deus abençoe a juventude, Deus abençoe a cada um que deu um pouco de si para que este evento acontecesse, Deus abençoe cada Paróquia que ouviu o apelo da Igreja Particular de Guarabira, oremos e já comecemos a trabalhar para os próximos anos para que a Semana da Juventude torne-se um marco em nossa caminhada.

Aproxima-se a Ordenação Diaconal do Seminarista José Renato


A Igreja particular de Guarabira aguarda ansiosa pela ordenação de alguns seminaristas que passarão a serem Diáconos Transitórios, e entre estas ordenações está incluso o nome do Seminarista Estagiário José Renato que hoje estagia e auxilia o Padre Paulo e o Padre José Antônio na Paróquia de Areia. O próprio seminarista José Renato aguarda ansioso pela data que será definida pelo nosso Bispo Dom Lucena.
O diaconato é o primeiro grau do Sacramento da Ordem. Os outros dois são o presbiterato e o episcopado, portanto, diáconos, presbíteros e bispos compõem a hierarquia da Igreja. As mãos lhes são impostas para o ministério e não para o sacerdócio. Com a ordenação o diácono deixa sua condição de leigo e passa a fazer parte do clero. Esse Sacramento imprime caráter, que o faz diácono por toda a eternidade. Não há como retroceder.
Existem dois tipos de diáconos: o diácono transitório é aquele que recebe o sacramento da ordem no grau de diaconato para depois receber o segundo grau e tornar-se presbítero, ou padre, conforme costumamos dizer; e o diácono permanente, que sendo casado, não pode ascender ao grau superior, ficando permanentemente como diácono.
DIACONIA quer dizer SERVIÇO, então o Diácono é ordenado para SERVIR. Faz parte do ministério do Cristo Servo, que veio para servir e não para ser servido O ministério do diácono é voltado para o serviço à comunidade. A estola atravessada no peito mostra a horizontalidade de suas funções. A Lumem Gentium diz que: servem o povo de Deus na diaconia da liturgia, da palavra e da caridade (LG 29). Na liturgia eucarística, o diácono tem funções próprias: servir o altar, proclamar o Evangelho, fazer a homilia, quando autorizado pelo padre, convidar para o abraço da paz, purificar os vasos sagrados e fazer a despedida. Deve, ainda, São ainda funções do diácono: - Instruir e exortar o Povo de Deus e incentivar a participação correta e efetiva da assembléia na divina liturgia. - Conservar e administrar a eucaristia - Administrar solenemente o batismo - Assistir e abençoar o matrimônio - Realizar o rito funeral e da sepultura - Administrar os sacramentais - Atuar, preferencialmente na caridade - Assistir a comunidade carente - Participar da administração diocesana ou paroquial.
José Renato tem sido uma grande colaboração para o desenvolvimento pastoral da Paróquia de Areia. Ele tem auxiliado, os Padres Paulo e José Antônio sendo responsável pelos grupos, movimentos, pastorais e serviços de nossa Paróquia. Também foi lhe dada a missão de passar formações para os mesmos, ajudando para que toda a nossa Igreja de Areia possa crescer em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens.